quinta-feira, 30 de abril de 2009

Tavira - A Chegada

Deixamos Sagres e dirigimo-nos para Lagos, seria aí a nossa próxima paragem, eu queria ir à Ponta da Piedade. Ao chegarmos a Lagos enganei-me na saída para a Ponta da Piedade, mas enganos daqueles não são problemáticos, acabamos por facilmente encontrar o caminho certo. Na Ponta da Piedade fomos por iniciativa da MJ ao cais onde tem os pequenos barcos para fazerem os passeios pelas grutas ali existentes, é um tipo de passeio que nunca fiz mas sempre desejei fazer e ficou ainda por fazer pois é um pouco caro e neste fase era impensável, mas um dia farei. Como diz o ditado a descer todos os santos ajudam, mas a subir ...., a MJ que o diga, chegou ao topo da escadaria sem fôlego. Vimos aquela zona, por vezes a MJ acercava-se demasiado das ravinas e ficava um pouco preocupado, qualquer deslize poderia ser fatal, eu prefiro não arriscar, por isso mantenho uma margem de segurança. Nas tendas de vendas a MJ comprou uns pequenos bordados, para ela . Dali seguimos para a praia do Camilo, também é uma pequena praia metida no meio de falésias, pouco tempo estivemos por ali, apenas o tempo suficiente para registar na máquina algumas imagens do local e partimos, começávamos a ficar cansados e um pouco ansiosos por chegar a Tavira, é que algumas incertezas imperavam, se o parque estava aberto, se tínhamos transporte de barco para a ilha etc, etc, por isso reinava alguma expectativa entre nós. A saída para Lagos foi feita sem antes me ter enganado de novo no caminho, estas férias começavam a ser marcadas um pouco pelos enganos na estrada, mas felizmente enganos de pequena monta, nenhum deles era importante. À saída de Lagos apanhamos uma fila e pensei que poderia ser algum acidente, infelizmente estava correcta a minha previsão, junto a umas bombas de gasolina à saída de Lagos tinha havido um acidente e com mau aspecto, se é que existe algum acidente com bom aspecto, não sei se houve feridos ou até consequências mais graves, mas prosseguimos o nosso caminho tranquilamente.

Logo que nos apareceu a entrada para a Via do Infante fui para ela, não me fiz rogado, afinal podíamos percorrer quase todo o Algarve em auto estrada e gratuitamente, também tinha de aproveitar pois o governo quer começar a cobrar portagens.

Ali a velocidade foi a minha velocidade cruzeiro, andava nos 100km/h, a essa velocidade dentro de 90 minutos aproximadamente estaríamos em Tavira . Entre Loulé e Faro deu para ver um pouco do que será do novo estádio, quem começava a dar mostras de alguma impaciência era a MJ, ela estava ansiosa por chegar a Tavira, eu também estava, pois desde que saí de casa já tinha percorrido pouco mais de 1000 km. Quando avistamos Tavira foi como um certo alivio, tínhamos chegado, mas ainda faltava desfazer as nossas dúvidas, dentro de alguns minutos elas seriam desfeitas.

Segui o caminho do centro da cidade, mas junto à câmara tive uma surpresa, o caminho estava cortado devido as uns festejos, tinha de voltar para trás, mas talvez à espera de algum milagre perguntei a um policia que ali estava como ia para as 4 águas, o que ele me disse foi um caminho mais longo do que o que eu iria seguir. Como não houve nenhum milagre lá fui eu dar a volta, ainda queria filmar a decoração só que o transito não o permitia por isso nada se filmou.

Chegados ao cais desfizemos as nossas dúvidas, o parque estava aberto e também existiam barcos a funcionar, só que o último barco para a ilha partia do cais às 21 horas, isso não permitia que viéssemos jantar à cidade, mas sempre daria para jantar no restaurante 4 águas que fica perto do cais. O preço do bilhete como seria de esperar estava mais caro, mas como tinham passado 2 anos era natural que o aumento fosse um pouco elevado, assim cada bilhete de ida e volta ficava por 1 euro.

Apanhamos o barco para a ilha, devido ao ainda pouco movimento, só tinha dois barcos em funcionamento e fomos no mais pequeno. Apesar de não levarmos tudo o que precisávamos, já íamos suficientemente carregados, quando viéssemos jantar ao restaurante 4 águas levaríamos mais alguma coisa, dessa forma custava menos, não precisávamos de ir carregadissimos.

Na recepção do parque fomos atendidos por uma jovem e bonita rapariga, principalmente os seus olhos eram bonitos, fizemos a inscrição e pagamos logo a estadia, o dinheiro começava a desaparecer a passos largos. Escolhemos o local para montar a nossa casa para duas noites, espaço não faltava, mas teria de ser um bom local e a MJ escolheu esse local. A entrada ficava entre duas árvores, ficou bem. Após a tenda montada e tudo devidamente arrumado fui ao wc. No regresso a MJ contou-me que um dos nossos vizinhos que tinha aspecto de estrangeiro foi até á frente da nossa tenda espreitar, mas ao ver a MJ afastou-se, não gostava muito daquilo , por isso teríamos de tomar cuidado com os nossos valores e documentos.

Por volta das 19 horas apanhamos o barco de volta a 4 águas, era hora para ir jantar e apanhar mais algumas coisas do carro.

O jantar foi no restaurante 4 águas, é um restaurante onde se come bem e aceita cartões, por isso tínhamos todos os motivos para estar tranquilos e saborear a comida. Como o restaurante aquela hora tinha poucos clientes , quase monopolizávamos os empregados, fomos atendidos por 3 empregados, um homem que era o mais velho de todos, uma rapariga novinha e um rapaz igualmente novo.

Como hoje não ia precisar de conduzir, decidi que o meu jantar ia ser acompanhado por umas cervejinhas bem frescas, talvez desse goleada à MJ, pois excluindo o jantar em Vila Nova de Milfontes, nunca podia acompanhar a MJ a beber.

A MJ pediu para jantar arroz de marisco, eu fui para um bife com pimenta verde, bem regado pela sempre saborosa e fresca cerveja super bock. A comida estava boa, mas talvez a melhor aposta tenha sido a da MJ, não que o meu estivesse mau, bem pelo contrário, mas existe sempre um nr. 1 e neste caso era o prato eleito pela MJ. No dia seguinte caso ali voltássemos seria esse o prato por mim eleito.

O tempo passou rápido, enquanto esperei pela conta a MJ foi indo para apanhar algumas coisas no carro, eu fui lá ter após pagar a conta.

O barco partiu antes das 21 horas, quem ali chegasse às 21 horas já o barco estava na ilha e a opção para ir para a ilha era bem mais cara, teria de apanhar o aqua taxi e teria de desembolsar uns bons euros, a viagem fica por 6 euros mas tem um agravamento de 25 % a partir das 21 horas.

Apesar de nos sentirmos um pouco cansados ainda era cedo para dormir, por isso fomos até junto da praia e ficamos por ali a conversar um pouco, deitamo-nos nos cadeirões e passamos um bocado de tempo, quando começamos a sentir que estava a ficar uma aragem fresca optamos por nos resguardarmos naquela que era a nossa casa por estes dias.

Uma das coisas que me deixava surpreendido era o números de jovens, raparigas e rapazes, que estavam a acampar sem a companhia dos pais, para muitos deveria ser um prémio pelo final do ano lectivo, mas não deixei de ficar surpreendido, também é um sinal que o nosso país está a deixar de ser tão conservador quanto era ainda não vai muito tempo, bom ou mau ? o tempo o dirá, mas como já disse anteriormente tudo tem o seu lado positivo e o negativo, desde que o positivo tenha domínio sobre o negativo não tem nenhum problema.



Partida de Milfontes rumo a Tavira

Tavira era o nosso destino nesta segunda feira, 23 de Junho de 2003, véspera de S. João. Hoje tínhamos mais uns bons km para percorrer, o nosso programa era dormir em Tavira mas, até lá chegarmos muito teríamos de andar, pois eu tinha planeado ir para o Algarve sempre junto à costa ou o mais perto possível.

Paramos num café junto á estrada para tomar o pequeno almoço, eu pedi um café para mim e comi um bolo, a MJ queria um pingo e para comer continuou a surpreender, queria um bolo, para quem normalmente prefere os salgados aos doces..., nestas férias estava muito adepta dos doces. Enquanto as simpáticas mulheres alentejanas que estavam no café nos atendiam, a MJ foi ao mini super mercado contíguo ao café comprar umas bolachas, água e mais doces, talvez nos fizesse jeito para a viagem. Pequeno almoço tomado era hora de nos fazermos de novo à estrada. Pelo caminho fui atento para ver se me cruzava com o Paulo, pois ele tinha previsto na viagem de regresso a casa voltar pela costa e caso não tivesse regressado na véspera, podia ser que nos cruzássemos. O nosso ritmo de viagem continuava lento e eu previa continuar sempre assim, pressa é coisa que não tinha . Quando entramos no Algarve a primeira terra na fronteira entre o Alentejo e o Algarve é Odeceixe, decidimos entrar na pequenina vila ou aldeia e dar uma voltinha por ali, mais para visitar a praia, mas ficamos surpreendidos com a beleza do local. Estava tudo enfeitado devido á quadra que se atravessa, a quadra dos santos populares, S. António, S. João e S. Pedro, eu não sei qual destes se festeja ali. A MJ começou a experimentar os dotes ( ou falta deles ) de camera, foi filmando o interior daquele pequeno e bonito local. Lamentavelmente não dava para parar, aquele local é demasiado pequeno, mas merece uma visita mais detalhada numa futura oportunidade. O caminho para a praia também não deixa de ser bonito. A estrada quando se aproxima da praia curiosamente começa a ficar cada vez num plano mais superior e tem uma serie de casas construídas na encosta viradas para a praia, é sem duvida alguma um bonito local. A MJ continuou a filmar. A vista para a praia fazia lembrar um pouco a praia da Zambujeira, ou seja a praia fica num fundão. Num dos topos que funciona quase como que um miradouro estava uma carrinha com um jovem casal alemão e um cão que não se calava de ladrar assim que nos avistou e a um casal de idosos que também por ali andava.

Filmagens efectuadas, era hora de voltar à estrada, seguimos a nossa caminhada para Tavira, apesar de já estarmos em solo algarvio, ainda faltava muito km para chegar ao nosso destino. Tentamos visitar uma outra praia, já relativamente perto de Aljezur, perto da estrada tem um parque de campismo, creio que é o parque do Serrão, seguimos o caminho para a praia, mas não chegamos lá pois o caminho não era dos mais famosos e a praia parecia ficar ainda um pouco afastada. Aquilo até me agrada, mas neste momento não seria a melhor opção e por sugestão da MJ voltamos para trás e seguimos a nossa caminhada.

Depois de Aljezur tínhamos disponíveis duas opções, ou íamos directos a Lagos ou seguíamos para Vila do Bispo, optamos pela segunda opção, dessa forma íamos até Sagres. No caminho para Vila do Bispo passamos pela zona que ardeu na semana que tinha terminado, vimos uma grande área queimada, mas felizmente a área que vimos queimada era uma área sem grandes arvores, também passamos por um grande parque eólico . Vila do Bispo é uma pequena localidade que fica mesmo junto à estrada nacional 125 e também fica na linha de Sagres, aliás de Vila do Bispo é bem visível a localidade de Sagres, local para onde seguimos para almoçar já que a hora era indicada para isso. Antes de nos deslocarmos para o restaurante fomos junto a uma praia, mas pouco nos demoramos por ali e fomos de seguida para o centro de Sagres. Estacionei o carro bem perto de um restaurante e parecia estar aberto, mas a MJ foi junto da entrada e voltou para trás, mais tarde vim a saber que o que não lhe agradou foram os preços. Fomos a um outro não afastado dali, o “Lord Jim” nome inglês. Entramos no restaurante, era uma pequena sala mas agradável, e o que nos agradou foi também o facto de aceitar o pagamento com cartões.

Para almoçar pedimos sardinhas e cerveja para a MJ , Bacalhau assado na brasa e água para mim. O almoço estava bom, aliás até ao momento a nível de almoços e jantares não tínhamos razões de queixa , uns melhores que outros, mas sempre nos agradaram. O que também estava bom era o tempo, estava um dia quente apesar do dia ter despertado igual ao domingo, um pouco cinzento, mas foi limpando e acabou por ficar um dia magnifico, cheio de sol e quente. Terminado o almoço e enquanto a MJ foi à casa de banho o empregado veio ter comigo e perguntou se eu não era do Seixal, pois segundo ele era exactamente igual a um professor que ele tinha tido, dizia ele que até nos óculos era igual, mas não, era engano dele, tal como eu lhe disse nunca estive no Seixal.



quarta-feira, 29 de abril de 2009

Vila Nova de Milfontes - A Chegada


Na zona de Alcácer do Sal começamos a avistar os ninhos nos postes feitos pelas cegonhas e quando me apareceu o primeiro posto de abastecimento parei para encher o deposito. Era um posto da Galp, actualmente abasteço na Galp ou na BP. Enquanto abastecia a MJ foi ao Wc e após isso tomou um café, café tirado das máquinas.

Entramos na estrada que nos levava até Sines, o transito já era mais frequente, de tal forma que devido à minha velocidade por vezes conseguia juntar uma serie de carros atras de mim, mas assim que podiam passavam para a minha frente e rapidamente me desapareciam de vista. Eu tinha quase que inconscientemente definido aquela velocidade como a minha velocidade para este percurso e por isso seria dificil alterar o mesmo, dessa forma também poupava gasolina.

Junto a Sines e perto da primeira praia avistamos uma autêntica feira, mas felizmente estava afastada o suficiente para não interferir com o transito. Cada vez estava mais perto o nosso ponto de chegada para este primeiro dia. Depois de passarmos Porto Covo já só tínhamos Milfontes pela frente , local onde chegamos pouco tempo depois.

Na recepção do parque de campismo a empregada é a mesma desde que conheço o parque, uma mulher cheia de sardas na cara. Fiquei também a saber que a minha ficha ainda existe no parque, pois através do nome ela chegou aos restantes dados. O local que escolhemos para montar a nossa “casa” neste dia foi um local perto dos wc e era uma zona cercada de sebes, fazendo as sebes como que um muro a delimitar a nossa área, dava para instalar a tenda e também dava para termos o carro junto de nós . Após termos instalado a tenda decidimos ir até à praia, o tempo aos poucos foi limpando e estava a ficar uma tarde excelente para fazer praia.

A fome já dava alguns sinais, mas como eu tinha pensado em ir até a Zambujeira do Mar mais precisamente à praia de Alteirinhos optei por me fazer à estrada e comeríamos alguma coisa na Zambujeira. Eu sabia que ficava afastado de Milfontes, só que estava a achar que estava a ficar demasiado afastado, mas não, estava no caminho certo, afinal são vinte e poucos km de distância. Chegados á Zambujeira arranjamos um bom local para estacionar o carro e fomos ver algum local onde poderíamos comer qualquer coisa para matar a fome, a hora já não era própria para ir a um restaurante, seria difícil arranjar algum restaurante que servisse, por isso optamos por ir a um café que fica ali no centro e pedimos uma bifana em pão para mim e um prego em pão para a MJ. A bifana estava boa, quando ao bife da MJ nem por isso, o bife tinha muito nervo e ela teve de deixar um bocado pois não se conseguia comer, mas foi o que se conseguiu arranjar, esperava que à noite desse para colmatar estas falhas. Para levar para a praia a MJ decidiu comprar 2 bolos, tipo bolo de arroz e um Santal Bi , um novo sumo da Santal em que inclui sumo de abóbora. Embora ali aceitasse pagamento com cartões eu tinha vergonha de pagar aquela despesa com cartão , por isso paguei em dinheiro.

A MJ não se recordava da praia de Alteirinhos, recordava da praia da Zambujeira, mas a minha ideia era mesmo ir para Alteirinhos, por isso fomos para o carro e descemos a rua que nos leva à praia da Zambujeira, eu já sabia que tinham construído uma pequena ponte sobre a ribeira que ali passa, mas desconhecia que tinham colocado piso na subida para a praia de Alteirinhos, não tem em todo o percurso, , tem em alguns metros, mas isso melhorou imenso o acesso. O parque da praia estava cheio e perto dele estavam 2 policias da Gnr, não sei se estavam a guardar os carros , a vigiar a praia ou a ver os corpos das banhistas.

Fizemos a íngreme descida para a praia, estava com dúvidas se a MJ gostava da praia visto ter de fazer toda aquela subida íngreme quando viéssemos embora e também pretendia ir para um recanto da praia, onde se fica mais resguardado. O local para onde queria mesmo ir não dava, já que a maré estava a encher e o acesso era complicado sem ser pela água, como tal, ficamos o mais próximo possível do local pretendido, ficamos num local bonito, a MJ fez Topless. A tarde ficou magnifica para fazer praia, até a água estava boa, embora custasse um pouco a entrar . Ocupamos o nosso tempo andando a ver conchas e pedras e depois estivemos a jogar o jogo da velha ou do galo como se queira chamar, foi um jogo repartido, mas creio que um ligeiro ascendente da minha parte. Dessa forma fizemos a nossa primeira tarde de praia em 2003. A MJ já é morena , mas o sol pega muito mais facil nela do que em mim que sou branquinho, eu nem se notava que tinha estado na praia, ela já tinha a marca da calcinha do bikini.

A hora de regressar a Vila Nova de Milfontes tinha chegado, ainda pensei em jantar e seguir depois para o parque, mas optei pela opção mais tradicional, que consistia em regressar ao parque, tomar um bom banho de água quentinha e depois já frescos irmos jantar tranquilamente, assim aconteceu.

O banho soube bem, foi um banho de água quente.

Como hoje estava numa de beber umas cervejas optei por deixar o carro a descansar no parque e fomos a pé á procura do costume, um restaurante que agradasse e que aceitasse cartões visa. Lá conseguimos encontrar um restaurante que nos agradou, era um restaurante agradável. Após consultar a lista e verificar que tinha mais que um prato que me agradava optei pelo mesmo prato da MJ, Costeletão. Veio uma enorme travessa para a mesa com dois grandes bocados de carne e com batatas fritas a acompanhar. A comida estava uma delicia, assim como a cerveja preta que bebemos, essa estava fresca e que bem sabia. O empregado que nos serviu era estrangeiro, tudo indicava ser de um dos países que se formou após o fim da União Soviética. Os talões com as contas geralmente ficavam com a MJ, eu ficava com os recibos dos pagamentos do visa para quando vier a dolorosa eu confrontar os valores.

Regressamos ao parque, era hora de dormir, finalmente iria dormir, a noite anterior tinha sido passada parte em Vigo e o resto a conduzir, por isso o cansaço era notório.


Férias 2003 - A Partida

Partimos de Vigo com destino ao Algarve, a noite continuava bem quente e a MJ de vez em quando tinha umas crises de tosse de tal forma que lhe chegava a dar vómitos. O nosso ritmo de viagem era um ritmo calmo, afinal pressa não existia e ainda era de madrugada, por isso e não só, optei por fazer o percurso sempre por estrada nacional, dessa forma poupava dinheiro, quer em portagens quer em gasolina.

Ao passarmos em Afife junto ao parque de campismo , as bermas da estrada estavam lotadas com carros estacionados, deveria ter muita gente na discoteca que fica junto ao parque de campismo da Gelfa. Um pouco mais à frente, em Viana do Castelo começaram a cair umas pingas, mas aquilo nem parecia chuva tal a fraca frequência com que pingava, só que foi o suficiente para me sujar o carro .

A minha atenção na estrada redobrou quando fiz o bocado do IC1 entre Modivas e o aeroporto, devido aos gravíssimos acidentes que ali têm acontecido, eu tenho algum receio em passar por ali. Saímos para a Exponor, a MJ queria dormir um pouco e como tinha um cobertor na mala do carro achei que seria melhor parar de forma a que ela se arranjasse para se sentir mais confortável e assim fizemos, depois disso retomamos a estrada pois ainda tínhamos muitos km pela frente.

Como o ritmo de viagem era calmo a gasolina ia render imenso, o que era bom sinal. Apanhamos a A1 até aos Carvalhos e ali saímos para a Nacional 1,o transito quase não existia por isso andava-se muito bem. Perto de Lourosa uma operação stop feita pela Gnr, como eu nunca fui mandado parar pela policia no território nacional, certamente que não seria desta. E não foi.Um pouco mais à frente percebi o porquê da operação stop naquele local, é que bem perto tinha uma discoteca, a discoteca Kiay. Nós seguimos o nosso caminho pois já tínhamos tido os nossos momentos de luzes , cor, fantasia e libido.

Em determinados momentos ficava um pouco complicado conduzir devido ao forte nevoeiro, mas felizmente que esses bancos de nevoeiro eram localizados e de pequena dimensão.

A MJ ia tentando dormir e por vezes adormecia mesmo, mas era um sono com duração escassa, ela normalmente não dorme em viagem, pelo menos comigo, mas desta vez começava a não resistir e o sono por momentos conseguia vence-la.

Coimbra já estava para trás, perto do Pombal avistei de novo policia, só que desta vez os motivos da presença deles prendia-se com um acidente, apenas vi um carro capotado no jardim de uma casa, não sei se tinha acontecido à muito ou pouco tempo, se tinha resultado feridos ou não. Alguns km depois de Pombal voltei a fazer uma pequena paragem para tirar mais algumas coisas da mala, também me apercebi que ali naquela região existe um clube nocturno com mulheres e que tem um painel luminoso anunciando isso mesmo.

Ao passar por Leiria deu para ver um pouco do colorido que vai marcar o novo estádio de Leiria, o estádio é bem visível da estrada nacional, a MJ estava entregue ao mundo dos sonhos e fantasias, eu desejava que ela tivesse bons sonhos. Desta vez ela pegou mesmo no sono, até ressonava. Eu também me começava a sentir um pouco pesado de tal forma que para fugir ao percurso um pouco complicado da estrada nacional 1 optei por “fugir” para a auto estrada e iria nela até à saída para Vila Franca de Xira, dessa forma também poderia parar na área de serviço de Aveiras de Cima. A MJ ficou no carro e eu fui tomar um café, ao Wc e também aproveitei para lavar a cara. O café estava morno, mas quente no preço. Comprei também uns donuts para mim e para a MJ, ela pediu algo salgado, só que não tinha nada em condições por isso optei pelos donuts, mas nem esses eram frescos, a sua dureza era sinal que já tinham alguns dias.

De regresso á estrada, já me sentia mais “fresco” a MJ também despertou e a partir dali voltou a fazer-me companhia total. O dia também já tinha nascido há algumas horas, estava um dia um pouco cinzento apesar do sol por vezes furar por entre as nuvens. Depois do calor do dia anterior, o dia de hoje estava a nascer bem mais fresco. Saímos da A1 e fomos para a nacional 10, a estrada que faz a ligação entre Vila Franca de Xira e a Marateca. Estávamos a passar na zona de Pegões quando telefonei ao Paulo, aí fiquei a saber que ele estava a pensar em regressar a casa neste mesmo dia, isso inviabilizava a ideia que tinha de irmos ter com ele, por isso rapidamente decidi com a MJ em voltarmos ao nosso plano inicial que era ficarmos em Vila Nova de Milfontes.

Quem começava a precisar de abastecimento era o carro, mas ainda dava para fazer uns bons km, por isso fui andando no mesmo ritmo que tinha vindo até aqui, um ritmo calmo, sem puxar muito pelo carro, e já tínhamos feito km suficientes para fazer uma viagem de Valença ao Algarve, já tinha perto de 800 km feitos e ainda nem a Milfontes tínhamos chegado.